quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Utilidade pública: TRANSGÊNICOS


"Você aceitaria fazer parte de um experimento cujos resultados ainda são desconhecidos?" - foi essa a pergunta que fizemos a dezenas de pessoas em uma enquete para a Ufrgs Tv na última semana. A maior parte das respostas, como era de se esperar, foi "não". São poucos os que estão dispostos a se arriscar de tal maneira. Mas são muitos os que já o fazem - sem nem mesmo saber.

Confesso que não sabia muito sobre transgênicos até o semestre passado, quando junto com mais duas colegas fiz um trabalho sobre o assunto para a disciplina de Comunicação e Educação Ambiental. Nossa idéia não era levantar bandeiras a favor ou contra, apenas informar. Só esse idéia já demonstrava o pouco que conhecíamos do assunto e, quando nos demos conta disso, não houve dúvida: éramos contra.

Para quem não sabe, "transgênico" é um apelido para alimentos geneticamente modificados, também chamados OGM. Através de cruzamentos feitos em laboratório, plantas podem receber genes de bactérias, bactérias de vírus e por aí vai. Até aí nada demais, certo? Certo.

O problema todo, porém, está depois do laboratório: criados para resistir a determinado tipo de agrotóxico ou a certo pesticida, os transgênicos foram liberados em diversos países sem maiores estudos a respeito. Pressionados por interesses econômicos - não por coincidência, quem fabrica o grão transgênico é, geralmente, a mesma empresa que fabrica o agrotóxico ao qual ele resiste -, governos permitem que sua população seja cobaia de um experimento que, até provem o contrário, não faz bem nem mal.

Por que o motivo de tanto alarde, então? Justamente por não sabermos quais podem ser as conseqüências. E em se tratando de saúde, acredito que todos devem concordar na máxima que diz "melhor prevenir do que remediar", não é mesmo?

Acontece que, sem sabermos, já podemos estar fazendo parte deste grande laboratório. O que fazer, então?

O Greenpeace disponibiliza em seu site o Guia do Consumidor, uma lista das empresas que não se manifestaram a respeito da utilização de grãos transgênicos em seus produtos. Se quem não deve não teme, é bom abrir o olho e não comprar mais! Caso você já tenha comprado, também não tem problema: até 7 dias após a compra e munido da nota fiscal, o consumidor tem o direito de ter o seu dinheiro devolvido ou, no mínimo, poder substituir a mercadoria por outra. Eu já fiz o teste e realmente funciona (apesar de alguns funcionários do supermercado terem me fuzilado com o olhar, saí de lá com o meu dinheiro na mão!).

Mas não parem por aí: informar-se é o único jeito de entender para melhor agir. Vale a pena ver o filme O Mundo Segundo a Monsanto (legendado no youtube) e dar uma passadinha na sessão de transgênicos no site do Greenpeace.

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