Apesar de todo o espanto e curiosidade que isso possa causar, eu trabalho em um banco. Sim, logo eu, a futura-jornalista. Em um banco. E essa é uma daquelas situações que faz (quase) todas as pessoas perguntarem se eu desisti da minha profissão, o que eu estou fazendo trabalhando em um lugar que não tem nada a ver com a minha área, blá blá blá...enfim, uma variedade de perguntas que eu ainda não consegui responder nem pra mim mesma.
E isso me irrita. Isso e mais uma porçãozinha de coisas chatas que estragam o meu dia e fazem eu subir a Borges de Medeiros aos prantos. Tá certo que não é sempre: às vezes eu espero chegar em casa pra desabar, às vezes eu tiro forças sabe-se lá de onde e fico com um bom humor inexplicável, e também às vezes tá tudo ok e eu não estou nem feliz nem triste.
Mas hoje não. Hoje era um daqueles dias em que eu queria sair chorando baldes pela rua, e foi o que eu fiz. Só que o motivo mudou assim que eu cruzei a porta de saída do banco.
Pausa pra explicação: todos os dias quando eu saio tem algum morador de rua encostado na porta. Eles ficam ali, sentados, e abrem pra que as pessoas que estão chegando/saindo possam passar. E sempre me desejam "boa sorte". Sempre. Retomando:
Depois de um dia de fortes emoções com os números, eu estava lá, quase alcançando a rua, segurando o choro o mais forte que conseguia, quando a porta se abriu. O menino da rua estava fazendo a cortesia pra um cliente entrar, como de costume. A diferença toda foi o diálogo:
Menino: boa noite!
Cliente: ué, cara? tá trabalhando pro banco agora?
Menino: eu? não, né. quem dera...quem dera eu pudesse trabalhar aqui.
O soco no estômago foi mais forte do que eu poderia aguentar. E olhem que eu não sou fraca. As lágrimas já estavam ali quase saindo, então foi só uma questão de não segurar mais. Chorei. Muito.
Muito porque todos os dias penso no que eu estou fazendo com a minha vida ao sair completamente do caminho do jornalismo. Logo o jornalismo, logo eu! Não é uma dúvida só minha. Todo mundo pergunta, todo mundo quer saber. Eu também quero saber. Eu e muita gente que também está lá sem saber direito o porquê. Por que não tem outra opção, porque essa é a melhor opção? Não sei. O fato é que se está lá. E que, seja como for, outros também queriam estar. Mas não podem.
Acho que eu posso ficar mais um tempo sem saber as respostas.
E isso me irrita. Isso e mais uma porçãozinha de coisas chatas que estragam o meu dia e fazem eu subir a Borges de Medeiros aos prantos. Tá certo que não é sempre: às vezes eu espero chegar em casa pra desabar, às vezes eu tiro forças sabe-se lá de onde e fico com um bom humor inexplicável, e também às vezes tá tudo ok e eu não estou nem feliz nem triste.
Mas hoje não. Hoje era um daqueles dias em que eu queria sair chorando baldes pela rua, e foi o que eu fiz. Só que o motivo mudou assim que eu cruzei a porta de saída do banco.
Pausa pra explicação: todos os dias quando eu saio tem algum morador de rua encostado na porta. Eles ficam ali, sentados, e abrem pra que as pessoas que estão chegando/saindo possam passar. E sempre me desejam "boa sorte". Sempre. Retomando:
Depois de um dia de fortes emoções com os números, eu estava lá, quase alcançando a rua, segurando o choro o mais forte que conseguia, quando a porta se abriu. O menino da rua estava fazendo a cortesia pra um cliente entrar, como de costume. A diferença toda foi o diálogo:
Menino: boa noite!
Cliente: ué, cara? tá trabalhando pro banco agora?
Menino: eu? não, né. quem dera...quem dera eu pudesse trabalhar aqui.
O soco no estômago foi mais forte do que eu poderia aguentar. E olhem que eu não sou fraca. As lágrimas já estavam ali quase saindo, então foi só uma questão de não segurar mais. Chorei. Muito.
Muito porque todos os dias penso no que eu estou fazendo com a minha vida ao sair completamente do caminho do jornalismo. Logo o jornalismo, logo eu! Não é uma dúvida só minha. Todo mundo pergunta, todo mundo quer saber. Eu também quero saber. Eu e muita gente que também está lá sem saber direito o porquê. Por que não tem outra opção, porque essa é a melhor opção? Não sei. O fato é que se está lá. E que, seja como for, outros também queriam estar. Mas não podem.
Acho que eu posso ficar mais um tempo sem saber as respostas.