quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Fuga

Eu poderia encurtar o caminho e dizer que eu sou uma pessoa normal, como qualquer outra, e ponto final. Não ia ser mentira, mas também não demandaria qualquer esforço, o que foge completamente do meu propósito. Porque hoje eu quero escrever.

Acho que posso começar por isso mesmo: hoje eu quero escrever, ao contrário de todos os outros 364 dias do ano, nos quais eu fujo alucinadamente da tela em branco do Word. Por quê? Eu não sei. Já tentei inventar mil e uma explicações pra isso, mas todas acabam soando pretensamente poéticas demais, e esse não é o meu propósito. Talvez seja só preguiça, ou falta de prática. Nada muito preocupante, facilmente solucionável.

Mas falar sobre isso não é o meu propósito. Aliás, duvido muito que eu realmente consiga cumprir o meu propósito nesse texto. O máximo que eu vou conseguir é um recorde de repetição de palavras e uma fuga completa dos meus parágrafos sentimentais – que ninguém gosta de ler, eu sei, mas todo mundo escreve.

De qualquer maneira, vamos ao que interessa: eu tenho essa ânsia enorme por escrever bem, mas os meus esforços não são suficientes pra isso. Mentira, eu nem me esforço. Acho que há meses eu não tomava essa decisão maluca de escrever alguma coisa e, seja qual for o resultado, publicar. Ninguém vai ler mesmo. Que a senhorita mania de perfeição vá passear, porque hoje eu não estou afim de entrar em crise.

É isso mesmo. Quatro parágrafos, fuga total do propósito e nada relevante escrito. Eu poderia fazer um final lindo dizendo que isso mesmo me define: uma confusão total, um não-saber o que dizer, uma ânsia por falar, falar, falar. Mas eu sei que definir uma pessoa em três características – ainda por cima abstratas desse jeito! – não pode estar certo. E isso fugiria completamente do meu propósito.

Sobre tudo - ou nada.

As histórias se repetem. Mal termina uma e outra já começa, sempre nos mesmos moldes. Poucas coisas mudam, o início é muito parecido e, provavelmente, também o final. Eu fico pensando se saber como termina não tira toda a graça do percurso, mas sabe de uma coisa? Isso não faz muita diferença. Sabendo ou não, sempre fica aquela esperança. De que essa vez vai ser diferente. De que tudo vai dar certo. Nunca se sabe quando a hora vai chegar, então é sempre bom estar pronto.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Tem dias em que a vontade de escrever é muita, o assunto não falta e, mesmo assim, a gente acaba desistindo antes mesmo de começar. Mas eu achei essa imagem tão fofinha e verdadeira que não pude resistir:


"When faced with two choices, simply toss a coin. It works not because it settles the question for you. But because in that brief moment when the coin is in the air...you suddenly know what you are hoping for."

Outro dia a gente conversa mais.

domingo, 20 de setembro de 2009

Sometimes I wonder what it's like to be someone's number one.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Já sentiu...

...saudades de quem não existe?

terça-feira, 11 de agosto de 2009

About me

Caroline Abreu, 19 anos, jovem sonhadora, cursa o 4º semestre de Jornalismo na UFRGS. Maior conhecedora de POA da língua do Pê, recentemente ganhou o luxo e o glamour do titulo Miss Roche 2009. Ela segue trabalhado e estudando muito para um dia ser a maior intelectual do estado do Acre.

Tirando o erro na idade, Bruno Morche acertou na mosca. Peopebripegapeda.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

No Correio

Parece que o mundo está percebendo como me tornei adulta. Hoje fui ao correio buscar uma correspondência para a minha mãe e, como é de praxe, tive de levar a identidade dela. A atendente olhou pra foto, olhou pra mim, sorriu e disse: "ah, é pra ti mesmo, né?".

Claro, moça. Curte a minha carinha de nascida em 1964.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Uma vontade?

Tem dias que eu sinto uma vontade forte de ser como antes. Eu era tão determinada que chegava a assustar. Não entendia como os outros não podiam agir da mesma maneira, e tinha um medo danado de acabar me tornando como eles. Enquanto todos pareciam desanimados diante do que vinha pela frente, eu vibrava e não hesitava quando o assunto era esforço. Valeu a pena. Se eu consegui chegar até aqui - ainda que isso seja pouco perto do que eu espero um dia alcançar -, foi certamente devido ao meu empenho e, é claro, às oportunidades que eu tive. Sou daquelas pessoas que se destacam mais por fazer do que por ser. Dá pra entender? Eu não sou brilhante e dificilmente vou chamar a atenção se não me esforçar muito pra isso. Confesso que já me incomodei com esse assunto, mas agora já não dou tanta importância. Não quero mais saber se o que sou ou o que faço vai me levar a algum lugar. Eu só quero saber o que diabos é tudo isso.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Em horas como essa eu agradeço muito por ser quem eu sou, e por preferir me arrepender do que eu não fiz - afinal, o que ainda não foi feito tem uma chance! Bem melhor do que tentar limpar o leite derramado, não? :)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

No Dentista

Agora que sou adulta e já sei ir ao cinema sozinha sem medo, resolvi que cada dia será um novo passo nessa jornada de superação. Hoje foi a vez de enfrentar a dentista.

Não, eu nunca tive medo de dentistas. Bem pelo contrário: desde os 4 anos vou ao mesmo consultório, onde a doutora mais simpática e querida do universo me atende há 15 anos. Durante esse tempo - que é praticamente toda a minha vida -, eu deixei de ser meio metro de gente para um pouco mais do que isso, aprendi a ler, entrei na faculdade e etc e tal. Acontece que, apesar de todas essas mudanças, algumas coisas por lá continuam as mesmas.

A cadeira, por exemplo. Ela tem um adesivo onde dois dentes sorriem de mãos dadas dentro de um coração. Mais bizarro do que imaginar dois dentes sorridentes, é conseguir enxergar o rosto do Rodrigo Faro em um deles. Eu juro, eles são idênticos! Até hoje a minha mãe não acredita.

Fosse só o fato de reconhecer famosos nos adereços do consultório, tudo bem. Mas não pára por aí. Eu sempre fico na dúvida na hora de escolher o sabor do flúor. Menta, tuti-fruti ou morango? Ai, e agora? É um grande dilema.

MASS como hoje era um novo dia em minha vida, dei um novo passo rumo à plena maturidade. Ignorei completamente o adesivo, segurando lá no fundo o comentário da semelhança com o Rodrigo Faro - porque eu sempre falei sobre e me acharam louca -, e nem hesitei na hora da escolha: menta, por favor.

Saí de lá me sentindo, novamente, uma vitoriosa. E arrependida por não ter escolhido o sabor morango.

domingo, 19 de julho de 2009

Superando

Depois de encontros e desencontros com os meus amados colegas da Fabico, resolvi que não ia mais esperar: fui assistir ao novo filme do Harry Potter. Até aí, nada demais, certo? Certo. Acontece que eu fui sozinha.

O que pode parecer normal para a maioria das pessoas, pra mim não era. Há um ano atrás, eu deixaria até mesmo de almoçar se não tivesse companhia. Partindo dessa situação e chegando a uma ida ao cinema sozinha, convenhamos, demos um grande salto de superação.

Ok, eu sei que parece idiota. Mas a sensação que eu tive foi de uma grande vitória. Só me resta agora esperar pela próxima realização. Já estou curiosíssima pra saber qual será.

sábado, 18 de julho de 2009

Jornalismo


Pra seguir a linha de posts com imagens, porque às vezes é mais fácil deixar que os outros falem por nós mesmos.

(Essa também é do imgfave)

quarta-feira, 15 de julho de 2009


Isso e mais no imgvafe, que eu descobri no blog da . Vale a pena!

Fim

Só depois de muitas tentativas, finalmente entendi o que estava errado. Não era a maneira como eu contava a história, e sim ela própria. Todos aqueles pontos e vírgulas poderiam estar certos, tivesse sido a vida diferente. Mas não foi. E eu não me importo que tenha levado tanto tempo pra descobrir porque, no final das contas, agora eu sei.

Eu sei que eu posso ficar nervosa quando as pessoas prometem que vão ligar, e mais ainda quando elas ligam. E que eu também sou capaz, assim como todo mundo, de sentir aquele friozinho na barriga que dá uma vontade de abraçar o mundo, enquanto a cabeça encosta na parede e os olhos miram o alto. Eu também posso, isso e muito mais. Do não me importar com os outros a fazer o que jamais pensei.

Engraçado é que sempre me falaram sobre isso, e eu nunca acreditei. Pensava que comigo seria diferente...mas foi igualzinho. Do início ao fim. E eu não entendia por que isso me incomodava tanto, mas agora eu compreendo: o que parecia ser a linha de chegada, era só o começo.

O dia em que eu entendi que era igual a todo mundo.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Faltou escrever, mas eu pensei.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Eu sempre tenho vontade de ir embora. Pra onde? Eu também não sei. Pode ser pra perto, não tem problema. Desde que não seja aqui, tudo bem. Às vezes eu tenho a impressão de que os meus problemas não são meus, e sim de onde estou. Será? Eu gostaria de acreditar que sim...mas sei que não é verdade. Já reparou no número de vezes que eu falo a palavra "não"? Talvez eu seja mesmo insegura, e isso se traduza em pessimismo. Fazer o que se eu enxergo zebras antes de cavalos?

domingo, 12 de julho de 2009

Passei meia hora trabalhando em dois parágrafos péssimos sobre o que eu escrevia nas férias de verão. Pra mostrar o quanto eu (não) mudei. Só depois desse tempo eu me dei conta de que não sabia direito onde queria chegar dizendo tudo aquilo - sabe quando a gente começa a falar e se esquece no meio da frase? Pois é.

Acho que eu me esqueci do que queria dizer aqui também.

domingo, 5 de julho de 2009

Palpite

Sinto que essas férias vão ser mais cansativas do que o período letivo.

sábado, 4 de julho de 2009

O pior

Não é ouvir o que tu tens a dizer que me deixa triste. O pior de tudo é entender todos os motivos que te levam a fazer isso - e concordar com cada um deles.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Luv


Mais imagens, textos e vídeos bonitinhos sobre amor - e também desamores - aqui.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Multiplicação

No editor de texto aparecem só três linhas, mas quando elas são publicadas se transformam em 6, 7, 8...

Essa vida danadinha anda multiplicando tudo o que eu faço.
Só mais dois trabalhos e acaba o semestre. Devo dizer que minhas perspectivas para as férias não são as melhores - com francês de segunda à quinta e tv vai ficar difícil poder ir dormir sem ter de colocar o despertador pra tocar. Na verdade nem é acordar cedo o que me incomoda - e sim não ter a tarde pra ficar sem fazer nada. Saudades da época em que eu podia assistir aos meus seriados em paz, comendo bergamota e tirando cochilos de tempos em tempos. Isso é que era vida.

domingo, 28 de junho de 2009

É normal não se reconhecer no próprio texto? Tenho a impressão de que a maior parte dos meus escritos não tem a minha cara - ou talvez não tenha a cara que eu gostaria de ter.

Prosseguir

Tenho medo de muitas coisas. Das escolhas, das conseqüências, do futuro - de tudo isso que assusta qualquer pessoa normal. Não há nada de estranho em temer o que está por vir. Afinal, ninguém sabe o que pode acontecer daqui a pouco. Eu posso continuar aqui ou resolver sair de casa, dobrar à esquerda ou à direita, dar a volta na quadra ou seguir reto. São muitas as possibilidades, poucas as certezas.

Viver é assim mesmo. Tentar ver além pode não ser uma boa idéia.

Eu sempre tive problemas com o "e se". E se eu disser o que eu estou pensando? E se eu não disser? Por tentar ser sincera sempre, pra não dar chances ao "e se", consegui transformar minha visão realista da vida em insegurança. Na verdade, eu só não gosto de voar demais e fingir que o chão não está lá embaixo. Ele vai sempre estar. Nós vamos sempre cair.

Isso pode parecer um tanto pessimista, mas não é. Uma queda nem sempre é ruim, um vôo nem sempre é bom. Que mal há nisso? Ninguém gosta de se machucar, é lógico - mas cicatrizes não existem por acaso. Elas estão ali para nos lembrar que não vai ser fácil. De qualquer maneira, é possível prosseguir. Com ou sem medo.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Eu ainda não entendo por que tenho um blog, se a maior parte das coisas que eu escrevo não pode ser publicada.

domingo, 21 de junho de 2009

O Sol

Sabe, às vezes eu prefiro desenhar um sol na janela do que ver a chuva lá fora. E se em um dia desses me perguntarem se está tudo bem, eu vou dizer que sim - que mal tem uma mentirinha? Enquanto os raios no vidro não me deixarem enxergar a tempestade que está caindo, isso até vai ser verdade. Desde que a água não apague a tinta com que eu pintei a minha alegria, as coisas vão continuar sob controle.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sempre mais

"Não se deve estar nunca satisfeito com o que se fez. Nunca está tão bom quanto seria possível. Sempre sonhe e mire acima daquilo que você sabe que pode fazer. Tente ser melhor do que você mesmo."

William Faulkner, Escritores em Ação

sábado, 6 de junho de 2009

Obrigada

Hoje eu realmente entendi o que há muito já sabia, mas ainda assim não tinha experimentado: tenho amigos muito especiais.

Por mais que a minha vontade seja de jogar tudo para o alto, eu não vou. Não por mim, mas por vocês. Porque o que eu vivi nesses últimos anos não tem preço, e muita gente ainda merece passar pela mesma experiência.

Obrigada pelas conversas, pelos conselhos, pelo interesse. Não fosse tudo isso, hoje eu não seria quem sou.

Pra quem não entendeu, isso pode explicar melhor:
http://uzina.wordpress.com/2008/08/10/eu-fui-enganado-no-clj/

segunda-feira, 25 de maio de 2009

domingo, 24 de maio de 2009

Eu e o Jornalismo

É curioso ver como a faculdade pode mudar as pessoas. Há um ano e meio atrás, ainda eufórica com a aprovação no vestibular, meu coração pulava de ansiedade só de pensar em ser jornalista. Passados quase três semestres, hoje vejo essa inquietação ser substituída por um grande bolo no estômago. Não é nada gostoso, como vocês podem imaginar.

Se o meu objetivo com esse texto fosse elencar tudo o que me incomoda no jornalismo, eu diria para o leitor fechar a página e procurar algo mais interessante para ler. Até porque eu ainda não consegui definir se o que me irrita é a profissão ou a faculdade, embora eu desconfie que seja uma mistura dos dois. Independentemente do caso, uma certeza eu tenho: a frustração é grande.

Sempre gostei de aprender. Português, matemática, história, geografia, física...se bem ensinado, qualquer assunto se torna interessante. Quando existe vontade por parte do aluno, então, perfeito! Não há nada difícil para quem está disposto a aprender e conta com a boa vontade de quem ensina. Na faculdade, porém, as coisas não funcionam dessa maneira. Há professores bons e comprometidos, sem sombra de dúvidas – mas também há os seus opostos. Isso sem mencionar o descomprometimento de muitos dos alunos.

A verdade é que ao perceber que as aulas não afetam o resultado no final do semestre, a coisa vira uma bagunça. É só fazer um “trabalhinho” e tudo está resolvido, aprovação com direito a conceito A e tudo o mais. Todo mundo finge que aprende alguma coisa, quando na verdade o que mais acontece é o desaprender.

O pior de tudo é saber que, depois de 4 ou 5 anos desaprendendo, viramos jornalistas. Não se trata aqui de uma discussão sobre a importância do diploma – isso é papo pra outro texto -, mas sobre os acréscimos que a faculdade traz. Tenho a impressão de que somos treinados para escrever, retratar, dar forma. Só falta o conteúdo.

Eu não quero passar a vida inteira dependendo de entrevistados. Se for pra precisar conversar com um médico, um historiador ou um engenheiro a cada vez que eu tiver que escrever uma matéria, socorro! A cada dia tenho mais consciência que a faculdade de jornalismo, sozinha, não garante coisa alguma. Pelo menos não quando estamos falando de conhecimento.

Apesar de todos esses pesares, não é aqui que eu vou desistir. A paixão que fazia o meu coração sair pela boca já passou, é verdade – mas ainda não consigo me enxergar em outra atividade. Desde os 6 anos eu já fazia das escovas de cabelo microfone e saía pelo mundo reportando o que via. Cresci e vi o meu sonho cair das nuvens, até chegar em um ponto onde eu não consigo mais alcançá-lo. De qualquer maneira, eu continuo esperando. Vai ver é só uma fase.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Por favor, avisem.

Mais uma produção para o Clube de Escrita! O tema da semana era "Amores Incomuns". Embora eu tenha um punhado de histórias bizarras para espalhar pela internet, preferi ir pelo caminho do que não acredito, mas pelo menos não soa como dor-de-cotovelo. Afinal, o importante é ser feliz! (Créditos da frase para o Bruno, lógico).

Por favor, avisem.

Que os apaixonados não me levem a mal, mas eu não acredito no amor. Isso aí, meus amigos: depois de 18 anos sem namorados e levando algumas rasteiras na vida, cheguei a essa brilhante - e conveniente - conclusão. O amor não pode existir.
Dizem que ele é cego, e que pode até mesmo demorar um pouquinho pra te encontrar. Mentira. Mesmo sem enxergar, ele já teria me achado há tempos. Eu gritei, esperneei, quase peguei ele pela mão e ensinei o caminho. Não adianta. Ninguém consegue dominar uma coisa que não existe.
Esqueçam tudo o que já disseram pra vocês sobre ele. Eu sei, um dia aquela prima mais velha contou como amava o namorado e queria ficar com ele pra sempre. Agora pulem uns dois meses no tempo. Ela chorava bastante, né? Afinal, eles terminaram. Eles quem? O casal, não os amores. Esses últimos nem chegaram a acontecer.
Em todo o caso, se algum de vocês tiver notícias dele, faça o favor de me avisar. Não sou cabeça-dura, sei aceitar que estou errada. É comum ouvirmos falar sobre o amor. Vai ver eu que sou estranha.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Pequeno desabafo

Os exercícios para o Clube de Escrita me fizeram escrever de uma maneira que há muito eu não escrevia. Tento fazer meus textos de um jeito que eles não pareçam ser meus, não sei se por diversão ou medo de encarar a realidade. Viram só? Já comecei a divagar nesse estilo que não é o meu, nunca foi e provavelmente nunca será. Eu gosto é de ir direto ao ponto, não deixar nada nas entrelinhas. Sempre tive pavor do “e se...?”. Se queremos dizer alguma coisa, que ela seja dita. E logo. Não tenho paciência pra esperar, nem pra escrever como se carregasse o peso do mundo das minhas costas. Pelo menos assim eu durmo com a consciência tranqüila - e os ombros descansados.

sábado, 9 de maio de 2009

Jamais

Voltei para casa inconformada. Durante o caminho, segurei o choro e não disse uma palavra. Era um silêncio inquietante, porque na verdade eu tinha muitas coisas a dizer. O discurso estava pronto na minha cabeça: eu teria de escrevê-lo no papel para não esquecer cada linha, vírgula ou ponto final. Nada poderia se perder, pois eu não estava disposta a fazer isso mais de uma vez – embora essa idéia surgisse na minha cabeça todos os dias. Seria uma conversa sem direito de respostas, uma maneira de tirar da garganta tudo o que estava ali guardado há muito tempo. Ao ficar cara a cara com o papel, porém, me dei conta do que estava prestes a fazer. Parei. Eu sabia que quando escrevemos, mesmo que só para nós mesmos, eternizamos momentos. Sempre que quisermos lembrar do que aconteceu, lá estarão as palavrinhas enfileiradas para nos dizer. E quer saber, sinceramente? Quando o assunto é você, eu prefiro me esquecer.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Tamanho é

2 JORNALISMO E MITO

Começo pelo título porque é mais fácil enfileirar palavras do que encontrar uma boa frase de início. Dizem que ela deve ter impacto e sintetizar o assunto do texto, senão o leitor perde a paciência e vai ler outra coisa. Chato mesmo é ter que explicar, em poucas palavras, tudo o que cabe naquilo que escrevemos. Pode ser muita coisa espremidinha em um parágrafo, ou quase nada diluído em dez páginas. O que realmente importa é a confissão, e não a maneira como ela é feita. Pode ser que nós levemos anos escrevendo para encontrar uma só resposta, como pode ser que um dia seja o suficiente para a resolução de mil problemas. Afinal, meus amigos, nem tudo cabe em uma frase.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Por quê?

Gosto muito daquelas fotografias em que o foco paira apenas sobre um pedacinho, enquanto o mundo inteiro em volta parece estar alheio àquele momento. É como reencontrar um amigo que não vemos há muito tempo, ou finalmente conhecer aquela pessoa por quem sempre esperamos. Nessas horas, o que acontece ao redor não tem importância – o que vale mesmo está ali, muito perto.

Curioso é pensar que, apesar de especiais, estas lembranças acabarão indo embora da nossa memória. Não como fuga, mas como ordem natural da vida. Boas ou ruins, apaixonantes ou enraivecedoras, nossas experiências são como professores: deixam suas lições e se vão...

Por isso escrevo. Para não perder momentos que um dia foram meus, e hoje são do mundo.

domingo, 22 de março de 2009

Mudou-se

Não consigo encontrar a palavra certa para começar o parágrafo. Talvez seja a perda da prática, já que há um bocado de tempo desde a última vez que escrevi. Tentei criar o hábito de colocar o que pensava em um caderno, sem me preocupar com o que os outros pensariam - afinal, só eu poderia ler. Foi inútil. Deu certo por uma noite, mas na segunda eu já sentia vergonha de mim mesma. É o que acontece quando nos damos conta de que a vida está tomando um rumo diferente do que planejávamos, e o que é pior, estamos gostando dessa mudança de planos. Só que se tem uma coisa que me assusta nessa vida, é a mudança. E quando sentimos medo de uma coisa que nos agrada...bem, os resultados podem não ser muito bons.

"A vida é muito curta para deixarmos de lutar pelo que a gente gosta em troca de meia dúzia de aplausos. O grande pecado é não nos atirarmos, com todas as forças, na direção que escolhemos. Pros diabos se as coisas vão dar certo ou não. Mais vale um pássaro na mão, é verdade, mas se tivermos dado o melhor de nós mesmos sem conseguir capturá-lo, o jeito é sentar numa sombra e ter a grandeza de aceitar, como parte da vida, os dois voando."

(O parágrafo acima foi retirado de uma crônica do Antônio Prata, que durante muito tempo figurou no meu "Quem sou eu" do orkut. Era 2007, eu estava enlouquecida com o vestibular e tinha certeza do que queria. Pode ser que muitas coisas tenham mudado desde então, mas uma permanece a mesma: eu não canso de me atirar - por mais que depois fique apenas a olhar o céu)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

amor em minúscula

Desde Marley & Eu – tanto o livro quanto o filme –, minha sensibilidade em relação a animais viu-se seriamente aumentada. Foi por isso que nestes últimos dois dias me vi grudada em um livro que estampa, em sua capa, a figura de um gatinho amarelo. Amor em minúscula, o título.

Como de costume, desde o início eu estava errada. Marley já havia me ensinado que você pode se emocionar com a história de um cachorro mesmo não tendo um em casa, por isso me preparei para que uma ou duas lágrimas fossem derramadas às custas do gato. Só que dessa vez, ao invés de ser tomada por uma tristeza sem fim, fechei a contracapa do livro com um sorriso. Mas eu tenho uma explicação.

Começo pelo fato de que a obra, apesar de ostentar um bichano na capa, vai além da relação dono/animal de estimação. Vai além até do que eu poderia imaginar encontrar ali dentro. O que seria isso? As pequenas coisas, claro. Sempre elas.

A tigela de leite do gato leva o protagonista ao apartamento do vizinho, que o leva a uma loja distante, que o leva a um semáforo no qual reencontra um amor perdido 30 anos atrás. O amor em minúscula, nome dado a estes pequenos acontecimentos capazes de mudar o trajeto dos seres humanos, é a principal lição trazida pelo autor, o espanhol Francesc Miralles. A principal, mas não a única.

Talvez o tema soe batido para muitos, afinal, é comum encontrá-lo em correntes de e-mails e livros de auto-ajuda. No entanto, é curioso como a cada vez ele toma um sentido diferente. Recomendo a leitura, e o que é mais curioso: talvez não seja por acaso.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Idade

Depois de dois meses seguindo religiosamente o caminho de casa até o Instituto Roche, estou finalmente de férias! Nada melhor do que poder dormir até tarde, mesmo que no meu caso o “tarde” não passe das dez horas da manhã. Quando muito, nove e meia. Eu já nasci velha. Acho.


O primeiro sinal da velhice veio em uma frase comum, destas que nós não pensamos muito para falar: “Guria, vai colocar um chinelo senão tu vai ficar doente!”. Foi difícil conter o pensamento que veio em seguida, até porque da realidade nós não temos como fugir. Eu cresci. Apesar das piadinhas costumeiras sobre o meu tamanho, o dano já estava concretizado, irreversível. A partir do momento em que eu deixei sair da minha boca o conselho que até então fazia parte do repertório das mães da família, eu soube que não tinha mais volta. Ou pelo menos pensei.

Conformada a seguir o meu destino de velha logo aos dezoito anos, desde então dediquei minhas tardes aos livros e à televisão. Só não procurei grupos da terceira idade por medo de não ser aceita entre os meus supostos pares.

Foi então que ele surgiu. E como todas aquelas coisas importantes que acontecem na nossa vida, eu não percebi no início o quanto ele se tornaria especial para mim. Jovem, simpático, prestativo. Talvez contasse 10 anos a mais do que eu, talvez menos. Ao me ver pela primeira vez, tocou meu coração com uma daquelas frases comuns, destas que nós não pensamos muito para falar: “Ajuda aqui o tio!”. Eu não poderia querer mais nada.


Ainda sou uma criança.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Atchim

Era bom demais pra ser verdade. Janeiro, sábado, muitos livros por perto e...frio. Eu só podia estar no paraíso e ainda não ter percebido. Passei o dia inteiro embaixo do cobertor, assistindo tv, cochilando e lendo Harry Potter pela milionésima vez – o que, embora pareça um programa de índio, é pra mim tudo o que se pode querer de um fim-de-semana. Sim, pareço uma velha.

De repente, um espirro. Ok, nada demais, deve ser por causa do cobertor. É a rinite, super normal. Aí vem outro espirro. E mais outro, e depois desse um sem-fim de espirros e “aaai meu Deus que droga”. Nessas alturas, eu já nem enxergava mais de tão estranhos que tinham ficado os meus olhos. Era só o começo.

Passar a primeira semana de janeiro gripada, tendo que pegar quatro (sim, QUATRO) ônibus por dia e ainda por cima caminhar no centro debaixo do sol do meio-dia – porque o frio é amigo da onça, só aparece pra deixar o resfriado e depois vai embora – não é, com certeza, aquilo que eu esperava para as minhas férias. Cheguei a pensar que tinham esquecido de mim lá no céu, que não era possível tanto martírio pra uma só pessoa...



Aí eu li o blog da Dé, e sugiro que vocês, meus NUMEROSOS e ASSÍDUOS leitores, também leiam.

À bientôt!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Marley & Eu

Ele nunca havia despertado o meu interesse. Afinal, um livro sobre a vida ao lado de um cão deve fazer muito sentido para quem tem ou já teve animais de estimação em casa – o que não é o meu caso, a não ser que tartarugas e peixes possam ser levados em conta.

Comecei a leitura um tanto curiosa, ávida por descobrir, afinal, o que fazia daquelas páginas a causa de tantas gargalhadas e lágrimas. Pouco a pouco, a vida dos jornalistas que decidiram adotar Marley tornou-se também a minha. Antes de dormir, durantes as refeições, no ônibus, no intervalo da aula: devorei cada página. Não sem certa desconfiança, é verdade. Achava difícil que um labrador pudesse amolecer meu coração de pedra...e é óbvio que eu me enganei.

O livro é descrito na contracapa como “A história amorosa e inesquecível de uma família em formação e o maravilhoso e neurótico cão que lhes ensinou o que realmente importa na vida”. Marley trouxe de volta à minha memória, muito além de histórias engraçadas sobre cães, a lembrança de que a vida passa ligeiro e que, apesar disso, não devemos deixar que a alegria de viver se apague conforme o tempo avança. Eu que jurava ter uma pedra no peito, surpreendi-me. É impossível chegar ao final sem lágrimas nos olhos.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

De Caroline

Não sei dizer ao certo quando foi, mas acredito que tenha sido por volta dos idos de 2002 ou 2003. O orkut ainda não existia, o msn dava seus primeiros passos e, como grande parte das pessoas da minha idade, eu era fã da internet. A diversão dos fins de semana era bater papo no mirc e baixar músicas, graças aos milagres da conexão discada. Eu contava 11 ou 12 anos no máximo quando decidi criar um blog. O motivo era óbvio: a quantidade de bonequinhos e plaquinhas piscantes era tão grande que tornava impossível não ter vontade de ter um lugar para colocá-los. Como era de se imaginar, a página da “Carolxynhah” demorava um tempo considerável para carregar e deixar a mostra todas as maravilhosas dolls e ursinhos saltitantes existentes na web – além, é claro, dos riquíssimos textos escritos em miguxês.


Os tempos mudaram. Depois de alguns anos, umas doses de bom senso e um bocado de aulas de português a mais, inicio o De Caroline com um propósito diferente. Se alguém esperava por bonequinhas, desculpe. Está na hora de falar.