segunda-feira, 25 de maio de 2009

domingo, 24 de maio de 2009

Eu e o Jornalismo

É curioso ver como a faculdade pode mudar as pessoas. Há um ano e meio atrás, ainda eufórica com a aprovação no vestibular, meu coração pulava de ansiedade só de pensar em ser jornalista. Passados quase três semestres, hoje vejo essa inquietação ser substituída por um grande bolo no estômago. Não é nada gostoso, como vocês podem imaginar.

Se o meu objetivo com esse texto fosse elencar tudo o que me incomoda no jornalismo, eu diria para o leitor fechar a página e procurar algo mais interessante para ler. Até porque eu ainda não consegui definir se o que me irrita é a profissão ou a faculdade, embora eu desconfie que seja uma mistura dos dois. Independentemente do caso, uma certeza eu tenho: a frustração é grande.

Sempre gostei de aprender. Português, matemática, história, geografia, física...se bem ensinado, qualquer assunto se torna interessante. Quando existe vontade por parte do aluno, então, perfeito! Não há nada difícil para quem está disposto a aprender e conta com a boa vontade de quem ensina. Na faculdade, porém, as coisas não funcionam dessa maneira. Há professores bons e comprometidos, sem sombra de dúvidas – mas também há os seus opostos. Isso sem mencionar o descomprometimento de muitos dos alunos.

A verdade é que ao perceber que as aulas não afetam o resultado no final do semestre, a coisa vira uma bagunça. É só fazer um “trabalhinho” e tudo está resolvido, aprovação com direito a conceito A e tudo o mais. Todo mundo finge que aprende alguma coisa, quando na verdade o que mais acontece é o desaprender.

O pior de tudo é saber que, depois de 4 ou 5 anos desaprendendo, viramos jornalistas. Não se trata aqui de uma discussão sobre a importância do diploma – isso é papo pra outro texto -, mas sobre os acréscimos que a faculdade traz. Tenho a impressão de que somos treinados para escrever, retratar, dar forma. Só falta o conteúdo.

Eu não quero passar a vida inteira dependendo de entrevistados. Se for pra precisar conversar com um médico, um historiador ou um engenheiro a cada vez que eu tiver que escrever uma matéria, socorro! A cada dia tenho mais consciência que a faculdade de jornalismo, sozinha, não garante coisa alguma. Pelo menos não quando estamos falando de conhecimento.

Apesar de todos esses pesares, não é aqui que eu vou desistir. A paixão que fazia o meu coração sair pela boca já passou, é verdade – mas ainda não consigo me enxergar em outra atividade. Desde os 6 anos eu já fazia das escovas de cabelo microfone e saía pelo mundo reportando o que via. Cresci e vi o meu sonho cair das nuvens, até chegar em um ponto onde eu não consigo mais alcançá-lo. De qualquer maneira, eu continuo esperando. Vai ver é só uma fase.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Por favor, avisem.

Mais uma produção para o Clube de Escrita! O tema da semana era "Amores Incomuns". Embora eu tenha um punhado de histórias bizarras para espalhar pela internet, preferi ir pelo caminho do que não acredito, mas pelo menos não soa como dor-de-cotovelo. Afinal, o importante é ser feliz! (Créditos da frase para o Bruno, lógico).

Por favor, avisem.

Que os apaixonados não me levem a mal, mas eu não acredito no amor. Isso aí, meus amigos: depois de 18 anos sem namorados e levando algumas rasteiras na vida, cheguei a essa brilhante - e conveniente - conclusão. O amor não pode existir.
Dizem que ele é cego, e que pode até mesmo demorar um pouquinho pra te encontrar. Mentira. Mesmo sem enxergar, ele já teria me achado há tempos. Eu gritei, esperneei, quase peguei ele pela mão e ensinei o caminho. Não adianta. Ninguém consegue dominar uma coisa que não existe.
Esqueçam tudo o que já disseram pra vocês sobre ele. Eu sei, um dia aquela prima mais velha contou como amava o namorado e queria ficar com ele pra sempre. Agora pulem uns dois meses no tempo. Ela chorava bastante, né? Afinal, eles terminaram. Eles quem? O casal, não os amores. Esses últimos nem chegaram a acontecer.
Em todo o caso, se algum de vocês tiver notícias dele, faça o favor de me avisar. Não sou cabeça-dura, sei aceitar que estou errada. É comum ouvirmos falar sobre o amor. Vai ver eu que sou estranha.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Pequeno desabafo

Os exercícios para o Clube de Escrita me fizeram escrever de uma maneira que há muito eu não escrevia. Tento fazer meus textos de um jeito que eles não pareçam ser meus, não sei se por diversão ou medo de encarar a realidade. Viram só? Já comecei a divagar nesse estilo que não é o meu, nunca foi e provavelmente nunca será. Eu gosto é de ir direto ao ponto, não deixar nada nas entrelinhas. Sempre tive pavor do “e se...?”. Se queremos dizer alguma coisa, que ela seja dita. E logo. Não tenho paciência pra esperar, nem pra escrever como se carregasse o peso do mundo das minhas costas. Pelo menos assim eu durmo com a consciência tranqüila - e os ombros descansados.

sábado, 9 de maio de 2009

Jamais

Voltei para casa inconformada. Durante o caminho, segurei o choro e não disse uma palavra. Era um silêncio inquietante, porque na verdade eu tinha muitas coisas a dizer. O discurso estava pronto na minha cabeça: eu teria de escrevê-lo no papel para não esquecer cada linha, vírgula ou ponto final. Nada poderia se perder, pois eu não estava disposta a fazer isso mais de uma vez – embora essa idéia surgisse na minha cabeça todos os dias. Seria uma conversa sem direito de respostas, uma maneira de tirar da garganta tudo o que estava ali guardado há muito tempo. Ao ficar cara a cara com o papel, porém, me dei conta do que estava prestes a fazer. Parei. Eu sabia que quando escrevemos, mesmo que só para nós mesmos, eternizamos momentos. Sempre que quisermos lembrar do que aconteceu, lá estarão as palavrinhas enfileiradas para nos dizer. E quer saber, sinceramente? Quando o assunto é você, eu prefiro me esquecer.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Tamanho é

2 JORNALISMO E MITO

Começo pelo título porque é mais fácil enfileirar palavras do que encontrar uma boa frase de início. Dizem que ela deve ter impacto e sintetizar o assunto do texto, senão o leitor perde a paciência e vai ler outra coisa. Chato mesmo é ter que explicar, em poucas palavras, tudo o que cabe naquilo que escrevemos. Pode ser muita coisa espremidinha em um parágrafo, ou quase nada diluído em dez páginas. O que realmente importa é a confissão, e não a maneira como ela é feita. Pode ser que nós levemos anos escrevendo para encontrar uma só resposta, como pode ser que um dia seja o suficiente para a resolução de mil problemas. Afinal, meus amigos, nem tudo cabe em uma frase.